"WhatsApp está ficando para trás", diz executivo do Viber
Por Stephanie Hering - em 17/11/2014 às 15h58
Há duas semanas, o WhatsApp liberou uma nova versão que permitia que os usuários vissem quando a mensagem foi lida. A novidade foi motivo de descontentamento para alguns e, só na última-sexta-feira (14), o serviço começou a disponibilizar uma segunda atualização que desabilita o recurso; contudo, apenas para usuários Android.
Lançado em dezembro de 2010, o Viber anunciou a mesma ferramenta dois meses após seu lançamento, já com a opção de desativar os recibos de leitura. Para Luiz Felipe Barros, gerente geral do Viber no Brasil, o concorrente, que é líder de mercado, está atrasado.
"O Viber é muito focado em inovação. Só copiar recursos [do Viber] não vai tornar o produto [WhatsApp] melhor. É muito ruim um aplicativo tão grande e tão relevante trazer essa opção só agora e ainda precária, sem a escolha total de desativá-la", afirma.
Para Barros, os apps não devem só agregar pequenos recursos de tempos em tempos, mas estar em constante mudança para chamar a atenção e conquistar o usuário. "Como produto, o WhatsApp está ficando para trás, assim como todos os produtos que não trazem novidade morrem. Foi assim com o Orkut, por exemplo, que era a identidade do brasileiro e perdeu relevância. Os usuários migraram para o Facebook e mais tarde, a rede social saiu do ar", defende.
Entretanto, vale frisar que os números dizem o contrário. O Viber alcançou recentemente a marca de 450 milhões de usuários ativos globalmente, enquanto em agosto, o WhatsApp chegou a 600 milhões de usuários.
Ainda de acordo com Luiz, quando o Viber lançou o recurso de texto em fevereiro de 2011, 30% dos 8 milhões de usuários brasileiros usavam o recurso de texto. Agora, com 17 milhões de usuários no país, 85% da base do app envia mensagens instantâneas.
"O Viber é um aplicativo completo, não só de voz. O WhatsApp está muito focado nas mensagens e até agora não anunciou grandes mudanças. Por exemplo, desde fevereiro ouvimos que o app vai lançar chamadas de voz e até agora nada. A ferramenta já existe no Viber há 4 anos, no Skype há mais tempo ainda e também está presente em outros apps", afirma o executivo.
Foco no mercado brasileiro
O Brasil tem sido um mercado prioritário para o Viber. No começo do ano, a empresa anunciou chamadas gratuitas para fixos por meio do Viber Out. A ação durou nove semanas, gerando mais 1,5 milhão de novos downloads somente nos primeiros sete dias. Além das chamadas para fixos, o aplicativo lançou neste ano seis pacotes de stickers direcionados para o público brasileiro.
Por fim, os grupos abertos, recurso anunciado em agosto pelo serviço, chega no país nesta terça-feira (18). Com a ferramenta, será possível criar e acompanhar grupos sobre determinados assuntos, como séries de TV ou times de futebol. "Com os grupos abertos, mostramos que é possível se relacionar com o que você se importa. Você acompanha uma emissora não porque o nome dela é legal, mas porque você gosta do conteúdo ou dos apresentadores. É uma forma de tornar a comunicação menos unilateral", afirma Luiz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário